Apesar de o nacionalismo gastronómico francês reivindicar a criação do famoso bife tártaro de carne de cavalo, a celebrada criação será consequência da arte da guerra de um celerado mais tarde rei do Hunos povo originário da Mongólia cujo modo de vida favorito era fazer a guerra a pretexto de necessitar de alargar o seu espaço vital e áreas de influência bem ao estilo de uns senhores bem conhecidos que todos (principalmente as suas vítimas) registados com o nome de Hitler e Putin.
Ora, Átila antecessor destes tenebrosos tiranos desceu da sua longínqua terra até à denominada marca de Espanha arrasando tudo, cometendo toda a casta de desmandos daí ter obtido o sinistro cognome de «flagelo» de Deus.
O terror feito Homem referido nas crónicas, originou biografias e relatos de variados géneros, além de filmes, uns fantasiosos, outros mais consentâneos com a possível realidade pois o implacável tormento dos povos viveu no distante século V, uns mil e seiscentos anos.
O sangrento êxito de Átila deveu-se à sua veloz e exaustiva cavalaria, qual Romel (a raposa do deserto) provocava a derrota de quem se lhe opunha dadas as vantagens da mobilidade dos mencionados cavalos, a leveza do equipamento e resistência das hordas pois não gastavam tempo para se alimentarem. Como? Comendo os hoje substanciosos bifes tártaros.
Nos combates morriam muitos cavalos, os Hunos cortavam um tassalho das partes mais tenras dos equídeos colocavam o pedaço ensanguentado entre a coxa e o tanque/cavalo e… ala que se faz tarde.
A fricção entre a coxa dos cavaleiros e as bestas (perdoem os educadores de potros e potras) resultava na cozedura da carne logo deglutida concedendo energia aos ferozes salteadores de hirsutas barbas.
Os nutricionistas não aconselham esta iguaria (utilizando outras carnes, dada a quase ausência de talhos dedicados ao comércio de carne da raça cavalar) a organismos debilitados, mas que é um prato forte lá isso é.
Um bife tártaro bem concebido exige carne de grande qualidade, tenra, ovos bem batidos e demais ingredientes que os leitores interessados farão o favor de descobrir, sendo indicado um bom vinho branco a coadjuvar a pitança.
Eu não sei se o senhor Putin aprecia este ancestral preparo culinário, sei, isso sim, ser grande apreciador de actos bárbaros contra a integridade de nações, crianças, mulheres e homens desprotegidos ante o poderio da Rússia. Em nenhuma época são admissíveis agressões a trucidar os valores civilizacionais que fomos construindo ao longo dos séculos. O tempo de Átila findou, porém os autocratas para nosso desgosto, prejuízo e pesar continuam a reinar impunes nos cinco continentes. Uma enorme nódo negra a escurecer a democracia.