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19 JUN 2023
OPINIÃO | "Vamos a banhos", por Ricardo Rodrigues
Por Jornal Abarca

Nos últimos anos, temos testemunhado uma série de mudanças significativas na sociedade, no clima e nas necessidades das pessoas. Diante desse panorama em constante evolução, é essencial que as autoridades responsáveis também se adaptem às novas realidades.

A época balnear em Portugal estende-se entre meados de Junho e Setembro, e representa o período em que as praias são oficialmente supervisionadas pelos nadadores salvadores. No entanto, nos últimos anos tem-se verificado uma maior afluência às praias fora deste período, especialmente em Abril, Maio e Outubro. É, por isso, fundamental que as autoridades se adaptem aos novos tempos e alarguem o período de época balnear para seis meses.

O principal motivo pelo qual defendo o alargamento da época balnear perante as novas realidades que vivemos é a segurança das pessoas. Fora da época balnear não há nadadores salvadores nas praias o que aumenta o risco de afogamento e outros acidentes – o que dizer da jovem que se distanciou 40 quilómetros da costa em cima de uma prancha de paddle ou dos mais recentes casos de afogamento mesmo em praias fluviais da nossa região?

Não obstante, há outras realidades por explorar. Se as pessoas procuram um serviço, é importante rentabilizá-lo – ainda que por trás esteja algo tão trágico quanto inevitável como as alterações climáticas e consequente aumento das temperaturas. Muitas cidades e regiões costeiras dependem fortemente da indústria do turismo durante o verão para se impulsionar economicamente. Estender o período de época balnear permitiria uma distribuição mais equilibrada do fluxo de visitantes ao longo do ano, aumentando a ocupação hoteleira, estimulando o comércio local e gerando empregos directos e indirectos.

Por último, é importante valorizar a saúde mental e a qualidade de vida da população, algo cada vez mais prioritário sobretudo para a população jovem. A proximidade com o mar ou o rio e as actividades relacionadas à praia têm sido associadas a benefícios significativos para o bem-estar das pessoas. A exposição à natureza, o com contacto a água e a prática de actividades físicas ao ar livre são elementos que contribuem para a redução do stress, a melhoria do humor e o fortalecimento do sistema imunológico.

Por isso, condicionar a época balnear mediante termos do passado é contraproducente e não se adequa ao que as realidades hoje exigem. É imperativo rever as leis para melhorar e o alargamento da época balnear, oferecendo segurança e qualidade aos cidadãos, é cada vez mais urgente.

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