O Primeiro Ministro António Costa esteve ontem em Vila de Rei onde comentou a vaga de incêndios que assola o país: “Apagar as chamas são a prioridade do dia de hoje e dos próximos, mas por trás de cada um desses incêndios há um problema estrutural, apesar da mão humana”, advertiu. “Grande parte do território é uma mancha florestal que está abandonada, porque perdeu valor económico”. Prosseguiu dizendo que “temos de reintroduzir riqueza na floresta e saber do que é que cada um é proprietário: é essencial completar o cadastro. Só assim poderemos transformar estruturalmente a floresta para diminuir o risco de incêndio florestal. Ou seja, precisamos do cadastro feito para valorizar o território, para que o conjunto do país passe a ter uma floresta que gere riqueza em vez de uma mancha florestal abandonada que gera problemas sempre que as temperaturas sobem. Cada vez que virem imagem de um incêndio, lembrem-se que é altura de atualizar o cadastro”, alertou.
Nesta cerimónia, no Salão Nobre do edifício dos Paços do Concelho de Vila de Rei, estiveram presentes o presidente do município vilarregense, Ricardo Aires, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, e a Coordenadora para a Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi), Carla Mendonça, a que se seguiu uma visita às instalações do BUPi de Vila de Rei.
O presidente da autarquia de Vila de Rei, Ricardo Aires, começou por agradecer a presença do Primeiro Ministro, afirmando depois que “a ferramenta do Cadastro Simplificado, que há muito desejávamos, veio finalmente há cerca de um ano para a esfera do Município e, neste curto período de funcionamento, Vila de Rei é já um dos concelhos com maior percentagem de matrizes registadas na plataforma. Estes valores são fruto de um contacto muito direto com as populações e o resultado de um conjunto de boas práticas que o BUPi de Vila de Rei aplicou no território.
Face às condicionantes causadas pela pandemia da COVID-19, que limitou a deslocação dos proprietários ao gabinete do BUPi, vimos apelar à prorrogação do prazo para a concretização deste processo que tanta importância tem para um Concelho de minifúndio e fragmentado como é Vila de Rei, para uma melhor concretização de políticas de gestão agroflorestal.”
Esta sessão contou ainda com um balanço do Sistema de Informação Cadastral Simplificado e do Balcão Único do Prédio (BUPi), realizado pela Coordenadora para a Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi), Carla Mendonça, onde se falou igualmente na necessidade de conhecer e identificar o território, através do registo de propriedades, de forma a que se “consiga proteger o lugar de cada um e, dessa forma, proteger aquilo que é de todos.”
De seguida, a comitiva visitou as instalações do gabinete do BUPi de Vila de Rei, onde foi possível esclarecer todos os passos da georreferenciação com os técnicos presentes. Desde o seu funcionamento, o BUPi de Vila de Rei realizou já 3548 Referenciações Gráficas Georreferenciadas.