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20 SET 2022
OPINIÃO | "A Barcarola", por Armando Fernandes
Por Jornal Abarca

No emaranhado da incerteza dos dias misturados (emaranhados cá, lá e pelo caminho), tivesse eu o talento do Padre Bartolomeu Gusmão, teria a tentação de inventar uma trotineta voadora despojada da agressividade das lisboetas, dotada das virtudes de preverem o futuro imitando o louco da cabeleira grisalha (pedia meças à que ostento), pois assim podia desembaraçar-me das hordas de turista que nos atropelam nas ruas e vielas da capital do reino, sendo a leitura do futuro a minha arma de arremesso contra o Putin, urso polar aterrorizador dos europeus cultos e analfabetos (crescem como mosquitos em águas pútricas da alta finança portuguesa) à mercê dos obscenos calores do Rei-Sol do Olimpo especialista, não em represálias ao Presidente da ENDESA, sim a todos quantos ousam sair à rua no rectângulo continental já que, nos Açores e Madeira o clima é bem mais ameno.

Os cozinhados estivais, por prudência e respeito aos cinco sentidos, devem ser mais leves, porém a desmesura gustativa impera nas marisqueiras com o consequente esturricar dos cartões de crédito contribuindo para o aumento dos lucros dos Bancos a quem Marcelo pede menos glutonaria e mais piedade social, o Presidente ou está a sofrer dos efeitos da canícula apesar de usar boné ou, apanhou grossa dose de ingenuidade picado pela mosca tsé-tsé no Gigi algarvio.

Sonhar de olhos abertos é fácil, por isso a Barcarola foi sonho do culto Oratoriano, o engenhoso Padre apenas ficou nos anais da ciência na qualidade de visionário precursor dos anjos da morte (última versão) a explodirem na infame guerra ucraniana.

A ressaca pós Estio chegará sem apelo e com agravos nos preços dos produtos de afago nos estômagos, das peles sensíveis dos leites ditos milagrosos mais as dermes ásperas dos trabalhadores/as do surf peritos em passarem tangentes às cabeças dos banhistas trôpegos à espera de nada, tal como esperam horas a fio quando o azar lhes bate nas costas e os atiram para uma maca nas urgências hospitalares.

O senhor da TVI teve 10 minutos da versão moderna da Barcarola, esqueceu as diatribes da La Pasionária socialista, dona da casa que vendia por dois milhões de euros de nome – Ana Gomes –, a qual adora caramelizar tudo à sua volta, passou férias algures a elaborar guiões de piratas comandados por uma sua réplica no círculo dos contestatários de António Costa.

O Senhor Aquilino Ribeiro escreveu – Andam Faunos Pelos Bosques –, ele, filho de Padre, ficaria revoltado a ponto de voltar a utilizar meios violentos contra os corruptores da honra da Igreja ao atacarem crianças e adolescentes sem defesa do seu corpo e da sua ânima. O desfecho do caso pode originar queda de mitras e reputações de vivos e mortos.

O meu sonho de passear numa Barcarola não passou disso mesmo, não sou dono de barcos de cruzeiro ainda menos de um canal de televisão, a realidade esteve sempre presente no decorrer da escrita da crónica, os leitores que fazem o favor de me lerem não estranham o tom que emprego, a paciente Directora também não. O outono está à porta, revejam os abafos, Putin é vingativo. A energia está cara!

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