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20 SET 2022
OPINIÃO | "Crónica da Tia Rosa", por Paula T. Gonçalves
Por Jornal Abarca

Esta crónica estimados leitores escrita por terras de sua majestade é na verdade um agradecimento a todos os que gostam de ler as minhas crónicas, textos e criações literárias.

Este ano tive apenas uma semana de férias no Verão, uma semana curta mas bem passada na minha terra natal. Fui surpreendida pelo telefonema oportuno de uma senhora a «Tia Rosa» que contactou a sobrinha para me dizer em plenas férias estivais que não tinha gostado do tom ou do tema da minha última crónica. Fiquei muito feliz com a revisão e com a crítica porque de facto pedi aos leitores que me escrevessem, que me ligassem e que me motivassem e fiquei ainda mais satisfeita pela Tia Rosa reconhecer que a minha última crónica não pertence ao meu registo habitual de crítica feroz, polémica, piada ou até o escândalo que sei que faz o deleite de muitos que gostam de me ler.

Por isso, Tia Rosa vou aproveitar a sua onda de motivação e inspiração para falar sobre um tema que ferve e queima como o tempo que tem grassado o nosso país: vou falar sobre essa cambada de pró- russos doentios que abrem a boca em plena guerra para falarem de coisas que não entendem e para discutirem assuntos sobre os quais me dá a mais profunda náusea.

Li um post faz uma semana de uma senhora que referiu que a Rússia era o país da Europa que mais recolhia ucranianos no seu território e que nós andávamos todos enganados. De imediato senti vómito mental. A mulher dizia que a Rússia era o país da Europa… e logo ali começava o meu problema… A Rússia não é um país europeu, a Rússia é um país localizado no continente Europeu. Os valores da Rússia são pró- soviéticos. O governador daquele país acredita que é possível construir uma Rússia ainda mais forte constituída por territórios anexados. Quem for contra as suas ideias já sabe o que leva para casa: inflação, corte energético do gás e aumento do preço do petróleo, a ideia é de facto muito simples: ou estão comigo ou contra mim. As consequências são avassaladoras.

Milhares de refugiados e de pessoas decidiram ficar na Rússia não só por partilharem da mesma língua mas porque muitos também foram enganados em corredores de guerra onde as pessoas não seriam supostamente atacadas se decidissem render-se. O caminho do corredor levava as pessoas a seguirem o trilho e o caminho do inimigo e do invasor. Muitos também não tem condições para viajar: físicas, monetárias e até mesmo psicológicas ou mentais. A defesa implica acção e pró-acção. Muitos precisam de lutar para defender a sua própria vida e a dos seus familiares e muitas vezes é no inimigo que encontram a trégua para restabelecer forças.

Mas eu sei que em Portugal e na Europa existem muitos que defendem os valores nacionalistas russos. A essas pessoas faço um apelo e uma pergunta: Porque não emigram todos para a Rússia? Se dizem ser um país tão bom e civilizado? Estão à espera de quê?

Por mim vou continuando a meditar e a refletir sobre as histórias dos «desgraçados que conseguiram saltar o muro de Berlim que os meus pais me contavam quando eu era pequena e vou sorrir em pleno ambiente semi-obscuro, enquando ouço a música de Nena 99 Luftballons.

Vamos continuar a assistir e a ver todos os países europeus a saltarem ao som do ritmo da corda que Putin lança sobre todos nós.

Boa noite estimados leitores e um abraço especial para a Tia Rosa, que lê as minhas crónicas do norte de Portugal, onde o Marão deslumbra… Sabe Tia Rosa a senhora é na verdade a minha melhor crítica literária.

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